O Vazio da Consciência de Classes
- Thales Malassise Luiz
- 6 de nov. de 2024
- 2 min de leitura
Atualizado: 7 de nov. de 2024
Imagine a vida cotidiana de milhões de pessoas que, mesmo sendo essenciais para o funcionamento da economia, raramente percebem seu papel e importância coletiva. A maioria dessas pessoas é composta por mulheres, com os ricos representando apenas 10% da população. Este grupo minoritário acumula a maior parte das riquezas, enquanto a grande maioria segue alheia à realidade de sua própria exploração. Sem uma percepção de classe e sem entender a dinâmica estrutural que mantém as desigualdades, essas pessoas acabam sendo manipuladas, tornando-se massa de manobra para aqueles que controlam os rumos da economia e da política.
A alienação das classes populares se dá de forma contínua e planejada, sendo reforçada durante períodos decisivos, como as eleições. É neste contexto que figuras como conhecidas por suas habilidades em manipular narrativas e espalhar desinformação, entram em cena. Ao explorar as divisões e medos da sociedade, trabalham com uma precisão estratégica: criar cenários que intensificam as divisões internas, fragmentando qualquer unidade que poderia se opor aos interesses das elites. As informações e desinformações são cuidadosamente selecionadas para dispersar a atenção dos reais problemas que afetam a classe trabalhadora, fazendo com que ela se preocupe com disputas culturais ou políticas superficiais, enquanto as questões econômicas fundamentais ficam à margem da discussão.
Essa manipulação é facilitada pela falta de consciência de classe, que impede uma visão clara dos interesses compartilhados pela maioria das pessoas. Para aqueles que detêm o poder econômico e político, essa alienação é quase um produto natural, uma necessidade da máquina capitalista. Ao iludir a população com a promessa de um progresso pessoal que muitos nunca alcançarão, as elites garantem que trabalhadores e cidadãos comuns sigam focados apenas na própria sobrevivência, sem questionar as raízes das desigualdades ou a opressão cotidiana. Assim, a alienação econômica e política se transforma numa condição tão intrínseca, que se torna quase imperceptível. O objetivo é cristalino: enfraquecer a coletividade, dividir a resistência, e garantir que o poder continue nas mãos de poucos.
A alienação é tão profundamente enraizada nas estruturas sociais que se torna imperceptível. Ele não percebe que suas escolhas, opiniões e valores podem estar sendo moldados por interesses que não são os seus. Quando a manipulação é invisível, torna-se parte do pensamento e das decisões. A pessoa passa a aceitar condições de exploração ou desigualdade como naturais ou inevitáveis, acreditando que sua posição social e econômica depende exclusivamente de suas ações individuais. Isso tira a possibilidade de questionamento ou resistência, e perpetua um ciclo onde as desigualdades são reforçadas e onde a concentração de poder permanece inabalável.
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